quinta-feira, 15 de julho de 2010

Videogames e Crianças violentas


Earthworm Jim, Earthworm Jim I e II



Ok, eu sei que esse é um tema batido, mas vamos lá, não custa tentar usar o clichê para conseguir escrever algo por aqui, certo?
...

Bem, enfim, primeiramente gostaria de dizer que sou um jogador de videogames viciado já há alguns anos e que recentemente economizei dinheiro por mais de um ano para adquirir o meu xbox360 (sim, eu ganho pouco) e então minha opinião sobre o assunto pode ser mais que enviesada, porém, gostaria de tentar diminuir esse enviesamento ao mínimo possível me detendo apenas aos fatos e posteriormente dando minha opinião.

Certamente ainda retomarei o tema porque estou realizando junto a minha orientadora na UFRN uma pesquisa sobre psicopatologia em crianças na idade escolar (só do Fundamental I, pra quem não lembra, 1º ao 5º anos) e um de nossos questionários (o Child Behavior Checklist, CBCL para os intimos) trata de várias escalas de psicopatologia incluindo escalas de agressividade, além disso, também é aplicado (isso tudo nos pais) um Questionário Sócio-Demográfico que contém, dentre todas as questões, um questionamento sobre o tempo e o tipo de jogo que a criança joga.

Acredito que, com essa pesquisa poderei conseguir alguns dados que vão acrescentar algo aos estudos sobre o tema no Brasil já que a maioria dos estudos nesse sentido são gringos, no máximo referentes a realidade latina, sendo dificil, então, generalizar para as realidades encontradas em nosso país.

Porém, o fato é que basta tocar no assunto para defensores xiitas dos games virem dizer que os jogos não influenciam o comportamento agressivo das pessoas e começarem a bater boca com pessoas que jamais tiveram a emoção de interpretar o Spartano Kratos (spoiler à frente) enquanto trucidamos ninguém menos que o próprio Zeus, essas, dizendo que jogos são sim formadores de cidadãos violentos e que jamais deixaram seus filhos jogarem tais atrocidades (um minuto de silêncio em respeito a essas crianças vendo uma imagem nostalgica de Mortal Kombat no processo...)



Enfim, darei meu parecer dentro de algumas semanas por aqui, ao menos no que diz respeito ao que diz a literatura gringa, e então, tentarei passar um paralelo com as realidades brasileiras (é, e assim se faz um artigo de revisão bibliográfica...), mas gostaria de dar meu pitaco assim mesmo, semi-leigamente.



Certo, eu jogo videogames, cardgames (Magic, The Gathering) e RPG (Role-playing game e não Reestruturação Postural Global) desde os 6 anos de idade e nunca me meti numa briga, nunca matei ninguém, nunca matei meus pais e, principalmente, nunca morri, mas ai você me pergunta: "Mas Chacon, você é só um representante das milhões de pessoas que jogam! como pode afirmar por você?" simples, sou um caso que conhece vários, pois, hoje, os jogos se tornaram mundos de interação social, tornando o termo digno de novas definições e não apenas o outrora recorrente pensamento que se estamos na frente da TV/Monitor não estamos interagindo com ninguém, cria-se, através dos jogos, novas e diferentes redes sociais e assim posso afirmar que, a maior parte dos jogadores é, assim como esse que vos fala, pacifistas irresolutos.

Claro que existem os famigerados Trolls da internet e isso se estende a qualquer nicho da humanidade, sempre haverão pessoas agressivas, de fato, a agressividade é um dos pontos recorrentes em toda a história das sociedades humanas. Caim matou Abel, Moisés matou um soldado egipcio, os gladiadores se... digladiavam nas arenas, as justas eram espetáculos relativamente comuns na Idade Média, matamos bilhões de pessoas durante duas guerras mundiais e hoje... jogamos jogos violentos e continuamos matando milhares e milhares e centenas de milhares de pessoas de forma violenta diariamente...

Ok, admito que não é lá um grande passo para a incitação da cultura de não violência promovida por nossa querida ONU (vermelho porque eles são tudo da comuna, mas enfim), mas deixar de matar pessoas para matar alguns bits já é alguma coisa, eu acredito.

Vivemos em uma sociedade violenta, onde é necessário sermos ativos e agressivos (reivindique! critique! queira! faça!) assim como viveram as pessoas em todos esses séculos passados em nosso asteróide pequeno que todos chamam de Terra e não são jogos violentos que farão o povão mais ou menos violento, até porque, hoje, no nosso Brasil baranil é pouca a porcentagem das pessoas que são, no mais puro da palavra, Gamers, e quando passamos para nichos mais violentos de nossa sociedade, o acesso a jogos cai mais ainda, então, e ai, José?

Kratos, God of War I, II e III

Prefiro acreditar que os jogos violentos refletem uma sociedade que tem necessidade de estar em contato com a violência, por anos de costume e convivência com a mesma como que procurando um meio de transformar o hostil em prazer...

Ps.: Ah, e antes que venham reclamar, sim eu ando lendo muito o Blog do Amer, o Game Blog do Amer e o Outro Blog do Amer, visitem-no, ele é jornalista, escreve melhor e é mais engraçado que eu, bom, mas fico com meu charme.
Pps.: e vou terminar com uma foto de Red Dead Redemption porque eu amo Westerns e tudo que vem de lá.

Longos dias e belas noites, sai. /The Dark Tower

Um comentário:

  1. Muito bom.
    Também um viciado em Video Game, TCG (Card Game) e Kratos!!
    Sangue, espadas e armas na forma de games apenas nos permite extravasar a nossa vontade de fazer tas atrocidades na real (HAUHAUHAU!). Se o cara que joga e faz merda por ai, eu tenho muita certeza que ele faria do mesmo jeito, não será um jogo que vai mudar a essência de nosso ser.
    Ansioso pelos resultados do estudo.

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